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Apocalipse - Programa Transição






"A justiça divina é infinitamente misericordiosa, não aceitando a concepção de alguns de que o homem seria julgado por Deus no momento de sua morte, tendo em vista os atos praticados por ele em vida. Quando, na verdade, o único julgamento ao qual estamos sujeitos é o da nossa própria consciência".

Texto e vídeo do Programa Transição http://www.kardec.tv/video/transicao-tv/232/transicao-146-apocalipse
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Orgulho nosso de cada dia - Exibido pela TV Cultura


Vanita - Imagem do Google
TV Cultura - Este programa abre a série do Café Filosófico que traz os “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, com a curadoria e apresentação do historiador Leandro Karnal.
“O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.”
Este pensamento de Santo Agostinho parece não ser mais levado em tanta consideração. Pois, a vaidade parece estar cada vez mais em alta nesta sociedade, onde o individualismo o “empreendedorismo” passaram a ser metas, valores, fortemente estimulados.
Aquele que já foi visto como o maior e o primeiro dos pecados capitais por seus atributos maléficos - o orgulho - hoje virou virtude. Disfarçada e rebatizada de autoestima, a vaidade é agora “amor próprio”.
Texto e vídeo Tv Cultura - apresentado por Leandro Karnal


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Após a tempestade


(Redação Momento Espírita)
    Não são muitas as pessoas que reconhecem o valor da mensagem impressa, atribuindo aos livros pouca ou nenhuma importância.
    Assim pensam, sem imaginarem o que seria dos ensinos de Jesus se os evangelistas não os tivessem anotado e entregue à posteridade. E da filosofia de Sócrates, sem os escritos de seu discípulo Platão.
    O tempo ter-se-ia encarregado, com certeza, de os diluir nos séculos, eis que todas as histórias que somente vivem na memória das criaturas e são passadas oralmente, de geração a geração, acabam por se tornar lendas, cujo fundo de verdade é bem difícil de ser identificado.
    Há algum tempo, uma jovem senhora vivia um drama familiar imenso. O marido a abandonara e ela não dispunha de meios para garantir o sustento dos três filhos menores.
    Lesada no afeto e sem vislumbrar melhores perspectivas, resolvera abandonar a vida física. Arquitetou uma estratégia e conseguiu uma substância corrosiva para realizar o seu intento.
    Enquanto retornava ao lar, acariciando no bolso a porção fatídica, passou por uma banca de livros espíritas e a capa de um determinado livro lhe chamou a atenção. Aproximou-se, abriu-o e leu alguns títulos.
    O atendente, vendo-a devolver o livro à prateleira e fazer o gesto de quem iria se retirar, perguntou-lhe se não desejava levar a obra.
    Timidamente, ela se desculpou, dizendo que não dispunha de dinheiro. O jovem, sensibilizado, tomou do volume e o colocou nas mãos da senhora, presenteando-a.
    Ela se foi com a obra intitulada Após a tempestade. Chegando em casa, pensou em ler uma página. Seria a sua despedida do mundo.
    Folheou-o e surpreendeu-se com um título: Suicídio.
    Sentou-se e leu atentamente as observações ali contidas a respeito dessa fuga da vida.
    Ao concluir a leitura, a vontade de matar-se já havia passado. Virou a página e leu outra mensagem, e outra mais, até que se deu conta de que tinha lido várias e seu estado de ânimo mudara.
    As lágrimas lhe brotavam com abundância dos olhos. Havia motivos para viver: Deus a amava e ela era responsável por três vidas, além da sua própria.
    A vida é patrimônio Divino e não deve ser malbaratada. Dispôs-se a prosseguir vivendo.
    Os meses escoaram e a situação se transformou. Conseguiu um emprego, voltou-se à religião, ela que já havia se esquecido de orar e, finalmente, cinco anos após, seu marido retornou ao lar.
    Cinco anos, após a tempestade...
    À semelhança da referida obra, outras tantas existem à disposição de almas aflitas e seres sedentos de orientação.
    Mensagens volantes, livros grandes, opúsculos, todos servem ao objetivo do Amor Divino: atender os seus filhos que vivem o infortúnio, para que se redescubram e descubram o amor que nunca perece.
             

* * *

    O livro nobre pode ser considerado pão da vida. É preparado com o trigo da sabedoria para sustentar as criaturas, todos os dias.
    E difundir o bom livro é espalhar esperanças no mundo. As almas sofridas nele encontrarão sempre repouso para as suas fadigas e os ignorantes, a luz do conhecimento para as suas mentes.

Redação do Momento Espírita com base em fato extraído do livro espírita, de maio de 1998, a respeito do livro Após a tempestade e nos verbetes do livro Repositório de sabedoria, v.2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco, ed. Leal. Em 26.05.2009.
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São chegados os fins dos tempos?

(A Gênese - Allan Kardec)
As transformações climáticas e fenômenos tais como terremotos e tsunamis ocorridas em nosso planeta podem representar, para a maioria das pessoas,  um momento decisivo da humanidade onde forças sobrenaturais parecem estar atuando.  Allan Kardec, na Obra A Gênese, nos informa que estes são acontecimentos naturais e que nada foge ao controle e determinação da divina providencia.
O planeta e a humanidade que nele habita estão sujeitos a lei de progresso, ambos progridem física e moralmente. Conforme as condições do ambiente se modificam possibilitam a sobrevivência de seres humanos mais avançados. E as pessoas progridem pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes.
Todas estas alterações são regidos por Deus que age incessantemente em todo o universo através dos espíritos que recebem atribuições conforme o adiantamento de cada um.
No campo intelectual os progressos realizados pela humanidade são muito consideráveis, no entanto, se quiser elevar-se um degrau na evolução a que está destinada, resta-lhe que faça reinar entre os homens a caridade, a fraternidade, a solidariedade e o bem-estar moral .
Para que isto seja possível, não são suficientes suas crenças ou instituições antiquadas, que foram eficazes em outras épocas, mas que já deram o que tinham podendo constituir-se hoje como um entrave. Já não se trata de desenvolver a inteligência e sim elevar-se moralmente, faz-se necessário destruir tudo aquilo que superexcite nos homens o egoísmo e o orgulho.
Não se trata de uma mudança restrita a uma raça ou povo nem circunscrita a um território, o progresso será global levando ao progresso moral, uma nova ordem de coisas está prevista e mesmo aqueles que a ela se oporem serão constrangidos a atuar em favor de sua concretização. Haverá a substituição da geração presente por seres melhorados de forma que o atual estado da humanidade será lembrado apenas na História assim como os costumes bárbaros e pensamento imaginativo do povo antigo.
A ocorrencia de terremotos e outros fenomenos anunciados por Jesus como o incio de uma nova era não devem ser encarados como eventos misticos ou sobrenaturais. As revoluções ocorrerão no campo das ideias afetando muito mais a humanidade em seu avanço moral do que o planeta.  
Fonte: A Genese, cap. XVIII – Allan Kardec, versão eletrônica  -FEB
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A Nova Geração

(A Gênese - Allan Kardec)
 27. Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geraçãoA atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.” Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.
28. A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das  disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contato com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.
Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade.
É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da natureza.
30. Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual? Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais nú- meros de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.
32. As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas. Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí veem o que não podiam ver na TerraO incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com ideias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas ideias, constituir-se-ão seus auxiliares.
33. A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira. Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as ideias de um povo ou de uma raça. É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.

34. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.  Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, São chegados os tempos porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas consequências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar. Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.

Fonte: A Gênese cap. XVIII p.529-532 itens 27 a 35 (Allan Kardec - versão eletronica FEB)
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Raio de sol


(Redação do Momento Espírita.
Em 5.9.2016).

Ninguém totalmente só neste planeta. Mesmo os que não constituímos família, os que não casamos, nem temos filhos.

Não estamos sós. Há sempre uma alma querida que Deus coloca em nosso caminho para nos amar, para nos dizer que Ele não nos esqueceu.

Que Ele sabe das nossas lutas, do plano de progresso que estabelecemos na Espiritualidade, antes de nascer.

E que, para o concretizar em totalidade, necessitamos de uma mão que nos acaricie, um ombro que se nos ofereça como apoio nos dias de desânimo, braços que nos envolvam, uma voz que diga: Siga em frente! Estou contigo!

Por vezes, é um amigo esse amor que se doa e nos sustenta. Basta nos perceba o cansaço, e ele vem para nos insuflar novo ânimo.

E, mesmo que não pronunciemos palavras, ele parece descobrir o de que necessitamos, chegando a prover recursos materiais de que carecemos para que não sucumbamos ante o peso das lutas.

É esse amigo que se faz presente no dia do nosso aniversário e nos envia uma mensagem, um cartão, uma flor. Algo do mais profundo da sua alma.

E, com isso, plenifica de alegria a data.

De outras vezes, é um colega de trabalho, alguém do nosso âmbito profissional. É o que nos incentiva a ir em frente, a não nos entregarmos ao desalento.

Ele nos ajuda em tarefas mais difíceis, nos orienta em caminhos que ainda não percorremos e sua experiência já palmilhou.

Enfim, ele sempre surge, na manhã nublada, com sua presença irradiante e seu estímulo revigorante.

Assim é ela. Uma jovem que nem chegou aos vinte anos. Quando chega, é como um raio de sol entrando pela casa.

Ela sorri e parece que ilumina o ambiente. Ela abraça e a fortaleza dos seus braços tem o dom de nos passar segurança.

Possivelmente, ela nem saiba o quanto sua presença significa.

Tem tal respeito pelos sentimentos alheios que, admiradora de rock e outras músicas barulhentas da atualidade, quando nos leva em seu carro, desliga o som.

Sei que você não gosta desse tipo de música! – Confessa. E, também, sei que você gosta de conversar, de contar as coisas do seu dia a dia.

E, como boa ouvinte, escuta e argumenta, faz perguntas. Depois, por sua vez, conta as suas peripécias: a prova difícil na faculdade, os desajustes com um dos professores, ações que acredita injustas.

Atenciosa, telefona para saber notícias, antes que a soma dos dias resulte em uma semana.

Companheira de sessões de cinema, de espetáculos de ballet, agenda tudo, de forma impecável, para que não percamos a estreia.

Disposta a nos acompanhar ao mercado, ao banco, onde queiramos ir.

E, com um quase orgulho, sentencia: Eu sou a sua motorista. Não vou lhe deixar sem carona. Conte comigo.

Raio de sol. Não é filha da nossa carne. Mas, alguém que Deus mandou para iluminar os nossos dias, tornar mais suave nossa jornada.

Todos temos esses anjos, vestidos de amigos, colegas, parentes.

Chegam de mansinho como quem nada quer. Mas assinalam sua presença com uma aura de paz e tranquilidade.

Espancam a solidão, enriquecem nossos dias.

Anjos de guarda revestidos de corpos humanos.

Guardiães humanos que se transformam em pilares de sustentação de nossos dias.

Raios de sol.

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Quando começa um ano novo...



Redação do Momento Espírita, com transcrições
do item 2, do cap. VI, do livro A gênese – 
os milagres e as predições segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 1.1.2018

Primeiro dia do ano. Ano novo. Novo ciclo se inicia. Um novo tempo.
Mas, o que é o tempo, afinal, senão uma convenção estabelecida pelos que habitamos este planeta?
O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
Suponhamo-nos na origem do nosso mundo, na época primitiva em que a Terra ainda não se movia sob a divina impulsão.
Numa palavra: no começo da gênese.
O tempo então ainda não saíra do misterioso berço da natureza e ninguém pode dizer em que época de séculos nos achamos, porquanto o balancim dos séculos ainda não foi posto em movimento.

Silêncio... (sugerimos pausa breve)

Soa na sineta eterna a primeira hora de uma Terra insulada, o planeta se move no espaço e desde então há tarde e manhã.
Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o tempo marche com relação a muitos outros mundos.
Para a terra, o tempo a substitui e durante uma determinada série de gerações se contarão os anos e os séculos.
O tempo é uma gota d´água que cai da nuvem no mar e cuja queda é medida.
Eis então um novo tempo a se apresentar à nossa frente: trezentos e sessenta e cinco dias, que dividiremos em semanas e meses.
Dias que ansiaremos que cheguem porque assinalam o nosso aniversário, a comemoração do nosso casamento, o nascimento do nosso filho, a colação de grau tão aguardada.
Dias em que trabalharemos, intensamente, para tornar este mundo melhor, realizando o melhor em nossa profissão.
E há tanto a burilar em nossas instituições públicas, em nossas escolas, nas universidades, nas empresas e pequenos negócios que nos garantem o sustento honrado de cada dia.
Dias que nos dedicaremos ao nosso próximo, desejando lhes amenizar os sofrimentos mais duros.
E tantas são as necessidades sobre o solo que nos abriga: crianças a conduzir ao alfabeto, idosos a amparar na enfermidade e solidão que os envolve, jovens e adultos a serem encaminhados a trabalhos que lhes dignifiquem a vida.
Dias em que amaremos aos que já amamos e aprenderemos a amar outros tantos, ainda nem conhecidos agora.
Desfrutar do aconchego da família, abraçar mais, dizer multiplicadas vezes o quanto amamos a cada um.
Permitirmo-nos ampliar o rol das amizades, descobrir a riqueza interior de tantos e enriquecer a nossa família pelos laços do espírito.
Novo ano. Novos dias.
Respiremos profundamente. Deixemos o ar deste novo dia nos encher os pulmões, renovando-nos.
Oremos ao senhor da vida para que esses novos dias que apenas amanhecem, hoje, nos permitam desfrutar de todas as generosas bênçãos que o amor do pai nos preparou.
Vivamos como irmãos. Trabalhemos como os residentes de um esmo e imenso lar. Amemos como o mestre nos ensinou.
Iniciemos hoje a realizar mudanças positivas em nossa vida.
O passado está concretizado, o presente apenas se esboça, o futuro nos pertence, de forma total.

Pensemos nisso. Porque hoje... Hoje é o dia de iniciar a fazer o melhor, neste novo e maravilhoso ano que de nós depende construir.


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Suicídio - Diga Não ! E saiba o porquê.



Prefácio

A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio... Caro(a) Leitor(a): São como bálsamos para o Espírito as mensagens contidas neste livreto. Elas transmitem amor, coragem e fé a todos que nos momentos difíceis da vida necessitam de apoio para o seu refazimento moral. A Federação Espírita Brasileira edita este livreto para que você participe também da Campanha Em Defesa da Vida. Esclareça-se e diga não ao suicídio! *(O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. V, item 14, 1. ed. especial, FEB.)

Enfoque da Codificação Espírita

Questão 943Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos? 
Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.

Questão 944Tem o homem o direito de dispor da sua vida? 
Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei. a) Não é sempre voluntário o suicídio? O louco que se mata não sabe o que faz.

Questão 952Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?
É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus. a) Será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero? É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, por isso que as penas são proporcionadas sempre à consciência que o culpado tem das faltas que comete.
Questão 956. Alcançam o fim objetivado aqueles que, não podendo conformar-se com a perda de pessoas que lhes eram caras, se matam na esperança de ir juntar-se-lhes?
Muito diverso do que esperam é o resultado que colhem. Em vez de se reunirem ao que era objeto de suas afeições, dele se afastam por longo tempo, pois não é possível que Deus recompense um ato de covardia e o insulto que lhe fazem com o duvidarem da sua providência. Pagarão esse instante de loucura com aflições maiores do que as que pensaram abreviar e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam. (934 e seguintes.)

Questão 957Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as conseqüências do suicídio? 
Muito diversas são as conseqüências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma conseqüência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias.
Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam. A observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos.
Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a conseqüência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude da sua força no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. 
As conseqüências deste estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se à ilusão em que, durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos vivos. (155 e 165) 
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção.
Não é geral este efeito; mas, em caso algum, o suicida fica isento das conseqüências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu. 
Assim é que certos Espíritos, que foram muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência precedente e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos melhores, cujo acesso, porém, se lhes conserva interdito.
A maior parte deles sofre o pesar de haver feito uma coisa inútil, pois que só decepções encontram. A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? 
Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1. ed. especial, FEB.)

O suicídio
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa conseqüência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada.
Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida.
O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral. ALLAN KARDEC (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 16, 3. ed. especial, FEB.)

Suicidas

A seguinte comunicação foi dada espontaneamente, em uma reunião espírita no Havre, a 12 de fevereiro de 1863: Tereis piedade de um pobre miserável que passa de há muito por cruéis torturas?! Oh! o vácuo... o Espaço... despenho-me... caio... morro... Acudam-me! Deus, eu tive uma existência tão miserável... Pobre diabo, sofri fome muitas vezes na velhice; e foi por isso que me habituei a beber, a ter vergonha e desgosto de tudo. Quis morrer, e atirei-me... Oh! meu Deus! Que momento! E para que tal desejo, quando o termo estava tão próximo? Orai, para que eu não veja incessantemente este vácuo debaixo de mim... Vou despedaçar- -me de encontro a essas pedras! Eu vo-lo suplico, a vós que conheceis as misérias dos que não mais pertencem a esse mundo. Não me conheceis, mas eu sofro tanto... Para que mais provas? Sofro! Não será isso o bastante? Se eu tivera fome, em vez deste sofri- mento mais terrível e aliás imperceptível para vós, não vacilaríeis em aliviar-me com uma migalha de pão. Pois eu vos peço que oreis por mim... Não posso permanecer por mais tempo neste estado... Perguntai a qualquer desses felizes que aqui estão, e sabereis quem fui. Orai por mim. François-Simon Louvet. (O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2a parte, cap. V, p. 301, 57. ed. FEB.)

O pai e o conscrito

No começo da guerra da Itália, em 1859, um negociante de Paris, pai de família, gozando de estima geral por parte dos seus vizinhos, tinha um filho que fora sorteado para o serviço militar. Impossibilitado de o eximir de tal serviço, ocorreu-lhe a idéia de suicidar-se a fim de o isentar do mesmo, como filho único de mulher viúva. Um ano mais tarde, foi evocado na Sociedade de Paris a pedido de pessoa que o conhecera, desejosa de certificar-se da sua sorte no mundo espiritual. (A S. Luís.) Podereis dizer-nos se é possível evocar o Espírito a que vimos de nos referir? R. Sim, e ele ganhará com isso, porque ficará mais aliviado.
 1. Evocação. R. Oh! obrigado! Sofro muito, mas... é justo. Contudo, ele me perdoará. O Espírito escreve com grande dificuldade; os caracteres são irregulares e mal formados; depois da palavra mas, ele pára, e, procu- rando em vão escrever, apenas consegue fazer alguns traços indecifráveis e pontos. É evidente que foi a palavra Deus que ele não conseguiu escrever.
2. Tende a bondade de preencher a lacuna com a palavra que deixastes de escrever. R. Sou indigno de escrevê-la.
3. Dissestes que sofreis; compreendeis que fizestes muito mal em vos suicidar; mas o motivo que vos acarretou esse ato não provocou qualquer indulgência? R. A punição será menos longa, mas nem por isso a ação deixa de ser má.
4. Podereis descrever-nos essa puni- ção? R. Sofro duplamente, na alma e no corpo; e sofro neste último, conquanto o não possua, como sofre o operado a falta de um membro amputado.
5. A realização do vosso suicídio teve por causa unicamente a isenção do vosso filho, ou concorreram para ele outras razões? R. Fui completamente inspirado pelo amor paterno, porém, mal inspirado. Em atenção a isso, a minha pena será abreviada.
6. Podeis precisar a duração dos vossos padecimentos? R. Não lhes entrevejo o termo, mas tenho certeza de que ele existe, o que é um alívio para mim.
7. Há pouco não vos foi possível escrever a palavra Deus, e no entanto temos visto Espíritos muito sofredores fazê-lo: será isso uma conseqüência da vossa punição? R. Poderei fazê-lo com grandes esforços de arrependimento.
8. Pois então fazei esses esforços para escrevê-lo, porque estamos certos de que sereis aliviado. (O Espírito acabou por traçar esta frase com caracteres grossos, irregulares e trêmulos: Deus é muito bom.)
9. Estamos satisfeitos pela boa vontade com que correspondestes à nossa evocação, e vamos pedir a Deus para que estenda sobre vós a sua misericórdia. R. Sim, obrigado.
10. (A S. Luís.) Podereis ministrar-nos a vossa apreciação sobre esse suicídio? R. Este Espírito sofre justamente, pois lhe faltou a confiança em Deus, falta que é sempre punível. A punição seria maior e mais duradoura, se não houvera como atenuante o motivo louvável de evitar que o filho se expusesse à morte na guerra. Deus, que é justo e vê o fundo dos corações, não o pune senão de acordo com suas obras.
OBSERVAÇÕES À primeira vista, como ato de abnegação, este suicídio poder-se-ia considerar desculpável. Efetivamente assim é, mas não de modo absoluto. A esse homem faltou a confiança em Deus, como disse o Espírito S. Luís. A sua ação talvez impediu a realização dos destinos do filho; ao demais, ele não tinha a certeza de que aquele sucumbiria na guerra e a carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de adiantar-se. A intenção era boa, e isso lhe atenua o mal provocado e merece indulgência; mas o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se- ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.
A mãe que mata o filho, crente de o enviar ao céu, seria menos culpada por tê-lo feito com boa intenção? Aí está um sistema que chegaria a justificar todos os crimes cometidos pelo cego fanatismo das guerras religiosas. Em regra, o homem não tem o direito de dispor da vida, por isso que esta lhe foi dada visando deveres a cumprir na Terra, razão bastante para que não a abrevie voluntariamente, sob pretexto algum. Mas, ao homem visto que tem o seu livre-arbítrio ninguém impede a infração dessa lei. Sujeita-se, porém, às suas conseqüências. O suicídio mais severamente punido é o resultante do desespero que visa a redenção das misérias terrenas, misérias que são ao mesmo tempo expiações e provações. Furtar- -se a elas é recuar ante a tarefa aceita e, às vezes, ante a missão que se devera cumprir.
O suicidio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. Não se pode tachar de suicida aquele que dedicadamente se expõe à morte para salvar o seu semelhante: primeiro, porque no caso não há intenção de se privar da vida, e, segundo, porque não há perigo do qual a Providência nos não possa subtrair, quando a hora não seja chegada. A morte em tais contingências é sacrifício meritório, como ato de abnegação em proveito de outrem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens nos 5, 6, 18 e 19.) (O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2a parte, cap. V, p. 298-300, 57. ed. FEB.)

Suicídio

Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio? A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia.
Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso das rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido.
 De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia. EMMANUEL (O Consolador, psicografia de Francisco C. Xavier, pergunta 154, 25. ed. FEB.)

Suicídio e obsessão

(...) Fala-vos humilde companheira que ainda sofre, depois de aflitiva tragédia no suicídio, alguém que conhece de perto a responsabilidade na queda a que se arrojou, infeliz. O pensamento delituoso é assim como um fruto apodrecido que colocamos na casa de nossa mente. (...) Jovem caprichosa, contrariada em meus impulsos afetivos, acariciei a idéia da fuga, menoscabando todos os favores que a Providência Divina me concedera à estrada primaveril. Acalentei a idéia do suicídio com volúpia e, com isso, através dela, fortaleci as ligações deploráveis com os desafetos de meu passado, que falava mais alto no presente. (...). Refletia no suicídio com a expectação de quem se encaminhava para uma porta libertadora, tentando, inutilmente, fugir de mim mesma.
E, nesse passo desacertado, todas as cadeias do meu pretérito se reconstituíram, religando-me às trevas interiores, até que numa noite de supremo infortúnio empunhei a taça fatídica que me liquidaria a existência na carne. (...) na penumbra do quarto, rostos sinistros se materializaram de leve e braços hirsutos me rodearam.
Vozes inesquecíveis e cavernosas infundiram-me estranho pavor, exclamando: É preciso beber. Senti-me desequilibrada e, embora sustentasse a consciência do meu gesto, sorvi, quase sem querer, a poção com que meu corpo se rendeu ao sepulcro.
Em verdade, eu era obsidiada... Sofria a perseguição de adversários, residentes na sombra, mas perseguição que eu mesma sustentei com a minha desídia e ociosidade mental. Em razão disso, padeci, depois do túmulo, todas as humilhações que podem rebaixar a mulher indefesa...
Agora, que se me refazem as energias, recebi a graça de acordar nos amigos encarnados a noção de responsabilidade e consciência , no campo das imagens que nós mesmos criamos e alimentamos (...). HILDA (Vozes do Grande Além, Diversos Espíritos, psicografia de Francisco C. Xavier, p. 164-166, 4. ed. FEB.)

O vale dos suicidas

 (...) Mas na caverna onde padeci o martírio que me surpreendeu além do túmulo, nada disso havia! Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que idéia alguma tranqüilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam! O assombroso ranger de dentes da advertência prudente e sábia do sábio Mestre de Nazaré! A blasfêmia acintosa do réprobo a se acusar a cada novo rebate da mente flagelada pelas recordações penosas! A loucura inalterável de consciências contundidas pelo vergastar infame dos remorsos! O que há é a raiva envenenada daquele que já não pode chorar, porque ficou exausto sob o excesso das lágrimas! O que há é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! É a revolta, a praga, o insulto, o ulular de corações que o percutir monstruoso da expiação transformou em feras! O que há é a consciência conflagrada, a alma ofendida pela imprudência das ações cometidas, a mente revolucionada, as faculdades espirituais envolvidas nas trevas oriundas de si mesma! O que há é o ranger de dentes nas trevas exteriores de um presídio criado pelo crime, votado ao martírio e consagrado à emenda! É o inferno, na mais hedionda e dramática exposição, porque, além do mais, existem cenas repulsivas de animalidade, práticas abjetas dos mais sórdidos instintos, as quais eu me pejaria de revelar aos meus irmãos, os homens! (...) CAMILO CÂNDIDO BOTELHO (Memórias de um Suicida, psicografia de Yvonne A. Pereira, p. 21-22, 3. ed. FEB.)

Suicídio – solução insolvável

(...) O suicídio é terrível mal que aumenta na Humanidade e que deve ser combatido por todos os homens. Essa rigidez mental que resolve pela solução trágica é doença complexa.
Conscientizar as criaturas a respeito das conseqüências do ato, no além-túmulo, das dores que maceram os familiares e do ultraje às Leis Divinas, é método salutar para diminuir a incidência dessa solução insolvável.
Dialogar com bondade e paciência com as pessoas que têm propensão para o suicídio; sugerir-lhes dar-se um pouco mais de tempo, enquanto o problema altera a sua configuração; evitar oferecer bases ilusórias para esperanças fugazes que o tempo desmancha; estimular a valorização pessoal; acender uma luz no túnel do seu desespero, entre outros recursos, constituem terapia preventiva, que se fortalecerá no exercício da oração, das leituras otimistas, espirituais, nos passos e no uso da água fluidificada.
Aquele que tenta o suicídio e não o vê consumado, é candidato natural à recidiva, que culmina tão logo se lhe apresenta o móvel desencadeador do desejo...
O suicídio é o mais grosseiro vestígio da fragilidade humana, que ata o homem ao primarismo de que se deve libertar.
O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia. MANOEL P. DE MIRANDA (Temas da Vida e da Morte, psicografia de Divaldo P. Franco, p. 99-100, 5. ed. FEB.)

Suicídio sem dor

(...) Lutar por vencer as vicissitudes é inevitável, desde que a própria injunção biológica é uma constante faina, em que nascimento, morte, transformação e ressurgimento se dão por automatismos na maquinaria fisiológica, ensinando à consciência a técnica do esforço para a preservação da vida.
O pretenso suicida, que consumou a trágica fuga da responsabilidade, jamais se libera, como é natural, dos resultados nefários do seu gesto, sempre tresloucado, por ferir, na agressão furiosa, o mecanismo do instinto de conservação da vida, que governa a existência animal e o possui como fator para sua preservação.
Orgulhoso ou pusilânime, irresponsável ou vão, o suicida não se evade de si mesmo, da sua consciência; torna-se, aliás, o seu próprio algoz cujas penas o gesto lhe impõe e que resgatará em injunções mil vezes mais afligentes do que na forma em que ora se apresentam.
A burla que se permite, através de supostos meios indolores para sofrer a desencarnação, hiberna-o por algum tempo, em espírito, até o momento em que desperta mais vilipendiado e agônico, vivo, estuante de vitalidade, padecendo as camarteladas que a superlativa imprudência provocou.
É óbvio que ninguém ludibria a Consciência Cósmica, que se expressa na harmonia do Universo e vige, pulsante, na consciência humana individual.
Necessário que o homem assuma as responsabilidades da vida e instrua-se nas leis que lhe regem a existência, aprimorando-se e reunindo valores de que possa dispor nos momentos-desafio, a fim de superá-los e reorganizar-se para os futuros cometimentos até o instante em que se lhe encerre o ciclo biológico.
Estará, então, liberado da matéria, mas mantido na vida... Nas aparentes mortes sem dor, provocadas pelos que desejam fugir ou esquecer, o sofrimento moral tem início quando se elabora o programa da evasão e jamais se pode prever quando terminará.
A consciência humana é indestrutível, portanto, o suicídio de qualquer espécie é arrematada loucura, um salto no desconhecido abismo da imprevisível desesperação. MANOEL P. DE MIRANDA (Temas da Vida e da Morte, psicografia de Divaldo P. Franco, p. 102-104, 5. ed. FEB.)

O trágico desfecho

(...) Vocês me deram a vida corporal e sacrificaram-se por toda a existência, a fim de que sua filha fosse honrada e feliz.
Nunca mediram esforços em favor da minha ventura primeiro, para, depois, a sua. Facultaram-me o título universitário e o excelente trabalho a que me tenho entregue com responsabilidade e consciência de dever.
Devo-lhes tudo e amo-os com total empenho da alma... Todavia, sofro muito, experimentando ignota, estranha dor que me macera revelar-lhes. Sou frágil, nessa área, que é a do amor.
Apesar de jamais ele me haver faltado nos seus sentimentos a mim dirigidos, a adolescência e a idade da razão levaram-me a buscá-lo em expressão diferente. Há pouco, quando o encontrei, passei a viver, no mesmo momento, um céu e um inferno que agora alcança o seu estado máximo.
O homem, a quem amo e que me diz amar, é, infelizmente, para mim, casado e pai generoso. O nosso, é um amor impossível na Terra, exceto se nos dispusermos a fruí-lo no mar das lágrimas dos outros, que não lhe merecem a deserção do lar... Fui forjada nos metais da dignidade que o seu carinho de pais modelou no meu caráter... Não é necessário minudenciar mais nada. Não podendo viver com ele, nem me sendo possível prosseguir sem ele, retiro-me de cena, preferindo sofrer e fazer os seus corações amantíssimos chorarem uma filha digna, a permanecer, para desespero de muitos, inclusive de vocês, que pranteariam uma filha alucinada... Perdoem-me, anjos da minha vida.
Não pensem que ajo egoisticamente, esquecida do amor de vocês.
Pelo contrário, atuo em homenagem ao seu amor e por amor também.
Não avalio, em profundidade, a tragé- dia do suicídio.
 Tenho-o, na mente, há algum tempo, e não o posso adiar mais, ou optarei pelo suicídio moral, que culminará, certamente, mais tarde, nesta forma infeliz... Ele, o homem amado, ficará tão surpreso com o meu gesto tresvariado, quanto vocês estarão ao ler esta carta.
Mais uma vez abençoem-me e intercedam à Mãe de Jesus, que tanto sofreu, pela filha que os ama, porém, não suporta mais viver(...).
O suicídio é a culminância de um estado de alienação que se instala sutilmente. O candidato não pensa com equilíbrio, não se dá conta dos males que o seu gesto produz naqueles que o amam.
Como perde a capacidade de discernimento, apega-se-lhe como única solução, esquecido de que o tempo equaciona sempre todos os problemas, não raro, melhor do que a precipitação. A pressa nervosa por fugir, o desespero que se instala no íntimo, empurram o enfermo para a saída sem retorno... MANOEL P. DE MIRANDA (Loucura e Obsessão, psicografia de Divaldo P. Franco, p. 304-305 e 307, 8. ed. FEB.) 

Fonte: Federação Espírita Brasileira

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Eles vivem...

    
(Francisco Cândido Xavier - ditado por Emmanuel Chico Xavier)
     Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.
     Eles não morreram. 
Estão vivos. 
     Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus. 
    Eles sabem igualmente quanto dói a separação. Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulaste no auge da amargura. 
Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.
Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque.
     Pensa neles com a saudade convertida em oração. As tua preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando- os para visões mais altas na vida. 
     Quando puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias. 
     Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária. 
     Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material... 
    Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar. 
     
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